quarta-feira, 8 de junho de 2011

A triste realidade

Não tenho a mais pequena dúvida que o grande ciclo político da direita começou no passado domingo.

O que é um grande ciclo político?

É um conjunto de eleições que tem por fim a realização de um projecto ideológico, em estabilidade política. Foi o que sucedeu com a eleição de Sampaio, que permitiu dar início a um ciclo político que terminou com a eleição de Cavaco. Daí para cá, quer queiram assumir, quer não queiram, o que se passou é evidente: uma tentativa da direita assumir o poder em maioria absoluta, que esbarrou, sempre, no receio do Presidente Cavaco em não ser eleito para um segundo mandato. Uma vez eleito, Cavaco anunciou logo ao que vinha: um novo governo.


Daqui para a frente caberá ao Partido Socialista perceber como funcionam os grandes ciclos e projectar a sua ambição: deve começar por ganhar autarquias, voltando ao terreno - foi por onde Guterres começou! -, preparar as legislativas de 2015 e, sobretudo, lançar uma candidatura forte a Belém.

Sem estratégia, táctica e personagens adequados, o ciclo político que vivemos será longo e destruirá, por inteiro, o estado social em que ainda vivemos.

O Partido Socialista não pode adiar o presente, mas tem de perceber como se molda o futuro.


O maior erro de Sócrates, vá-se lá perceber porquê, foi confiar que Cavaco era o parceiro em Belém, que lhe permitira governar com tranquilidade em S. Bento. Nada de mais errado: não houve Presidente que não gostasse de ver a sua gente a governar. Cavaco, é certo, preferia Rio e acredito que ainda tenha a secreta esperança de o ver governar. Mas por ora, é certo, isto chega-lhe...


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