segunda-feira, 18 de abril de 2011

A realidade e a ficção: o ensaio da política

Noutra sede escreverei, se um dia tiver tempo, sobre a necessidade da política ficcionar a realidade. Não é aqui que o farei.

Mas é curioso - e eu dou-me, há muito tempo, a esse trabalho - ver como em período de campanha a linguagem dos políticos se transfigura, apelando ao voto através da ficção.

Nestas eleições, aliás, nenhum dos dois partidos que as pode vencer vai falar sobre a realidade: o partido de Coelho porque a sua agenda liberal está em contradição com aquilo que o eleitor anseia e o partido de Sócrates porque sabe que o seu eleitorado não admite metade das políticas que o FMI nos trará.

Aliás, a negociação final do pacote de austeridade que nos será imposto só será efectivada depois - bem depois? - das eleições, por conveniência dos grandes partidos.

Por isso e muito mais, seria útil que o grande impulsionador das eleições, o Presidente Cavaco, se pronunciasse sobre este tema e impusesse que a verdade fosse dita aos portugueses!


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