quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Preparação de viagem

Quem me conhece sabe que nada me dá mais prazer do que viajar. Comer, beber uns copos e, sobretudo, viajar. Ver o Glorioso também, mas isso é uma coisa à parte...

Por isso mesmo, nestes dias que antecedem mais uma empreitada de 23 dias de viagem, gosto deste nervoso que sinto, da preparação das malas, de tudo o resto...

Dizem-me, os cépticos, que viajar 23 dias de carro é coisa de loucos. Outros, porém, respondem que lamentam não poder acompanhar. Eu limito-me, na síntese, a aceitar tudo o que me dizem, como se isso, no momento em que só penso naquilo, tivesse alguma importância...

Nas próximas três semanas vou andar pela Bretanha e Normândia, comer ostras, marisco e muito, muito peixe, beber brancos e tintos... vou andar por aí...

Conto passar por aqui e contar algumas coisas. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CMVM

Quando outros clubes negoceiam jogadores com fundos duvidosos, a CMVM não pede esclarecimentos...

Quando o Benfica cria fundos, em parceria com entidades financeiras sólidas, registando-os, cumprindo com as suas obrigações, o que faz a CMVM ao primeiro arroto? Investiga o Benfica...


Pode parecer confuso, mas não é... em Portugal, a CMVM, no mundo do futebol, não se tem pautado pela isenção a que uma entidade reguladora está adstrita. Não investiga todos os fundos que negoceiam com clubes, nem, pasmem-se, obriga todos os clubes a satisfazerem a sua curiosidade.

No caso do Benfica, porém, a orquestra toca outra múscia. A transferência de Roberto é suspeita? Investiguem-na. Agora o que não podem, assim e por dá cá aquela palha, é suspender as acções da nossa SAD....

Ainda há poucos dias determinado jogador que valia 6 milhões de euros, foi negociado por 13... a CMVM investigou?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

saber podar...

Isto é assim: o negócio Roberto foi mau - na contratação - e óptimo - na venda. Dizer uma coisa e a outra, não invalida que sejamos coerentes. A venda, por um valor superior à aquisição, revela capacidade de negociação superior.

Não me interessa saber se o homem será pago amanhã ou em 300 prestações mensais de 29000,00 €, sem juros. Interessa-me, isso sim, saber que a baliza do Glorioso está entregue a Artur, que revela calma e competência, e a Mikel, o melhor jogador português do primeiro jogo do mundial de sub-20. Eduardo não é um figurante, mas não é nosso (nestas coisas do futebol, ao contrário de outras na vida, interessa-mse sempre saber quem tem o direito sobre a coisa, e que direito é esse...). Bem sei que sou esquisito, mas o Glorioso não deve ter jogadores emprestados, venham de onde vierem, tenham o nome que tiverem...


Quanto ao mais, fico por um dado objectivo: o Glorioso anunciou que vendeu um jogador por um valor e determinado sujeito, que na história não será uma nota de rodapé, como não foi Al Capone, por questões criminais, alegou que esses milhões, ao contrário dos seus, são da treta. Sabe da poda, o senhor...

A questão social

Deve a esquerda abdicar de discutir a questão social só porque este governo tem um mês?





sexta-feira, 29 de julho de 2011

O que fazer ao conceito de justa causa?

Neste momento a grande questão da direita que nos governa é simples: como esvaziar o conceito de justa causa?

Colocada de outro modo, a questão pode ser reconduzida à grande ideia de permissão de despedimento por razões objectivas, independentemente de justa causa.

Quais são essas razões?

Não o sabemos por ora, considerando que os magos só agora estão a preparar o caldeirão. Não duvido, no entanto, que a resposta estará para breve...
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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Devemos estar calados?

A nova ordem nacional impõe-nos, a favor da ordem internacional, representada pela denominada Troika, a lei do silêncio, justificando-se com (apenas) um mês de governo. Impõe-nos e os seus lacaios na comunicação cumprem essa imposição.

Como noutra sede tive oportunidade de dizer, Marx escreveu um princípio muito simples, mas que (tirando por Gramsci) foi muito mal compreendido: só quando o capitalismo detivesse, em exclusvidade, os meios de divulgação intelectual, poderia controlar a tal ponto a sociedade que passaríamos a enfrentar o imperialismo; daí partir-se-ia para a verdadeira revolução popular.

Não fazendo a apologia de Marx (nem desfazendo, a bem da verdade...), penso que esta nova ordem europeia, que se entretém, por ora, a decretar o fim de direitos adquiridos dos trabalhadores, enquanto, como se viu recentemente em Portugal, os ricos estão cada vez mais ricos, se esquece que as pessoas não são estúpidas e que costumam sentir quando lhes vão aos cornos.

Por isso e muito mais, o nosso silêncio não é admissível!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fome

O corno de África está a sofrer uma devastação incrível, com uma das piores secas de sempre. A fome voltou a estar na ordem do dia.

Segundo rezam as últimas crónicas, 12 milhões de esfomeados precisam de ajuda... Que tarda a chegar graças a problemas burocráticos.

A nossa resposta qual é? O silêncio dos comprometidos?

A verdade é que apesar dos diversos momentos de crise de fome aguda (há regiões de África que estão permanentemente em crise humanitária), a resposta nunca foi global e estrutural, nunca pensámos em resolver a sério o problema de África.

Perguntam-me, amiúde, se devemos intervir neste tipo de situações, que envolvem estados soberanos. A minha resposta é sempre a mesma: o que tem a fome extrema a ver com estados?
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terça-feira, 26 de julho de 2011

Certezas

Ao fim de um mês no Governo, ficamos com as três medidas aplicadas: redução das indmnizações a trabalhadores despedidos, aumento dos transportes públicos e sobretaxa sobre o subsídio de Natal.


Este é o governo do Dr. Portas, onde algumas pessoas (felizmente poucas...) que eu conheço votara, por causa das questões sociais...

terça-feira, 19 de julho de 2011

O jogo do empurra ou o jogo do capitalismo

Não sei quem anda a cobrar juros de 40 e tal pontos à Grécia e de 20 e tal a Portugal e à Irlanda. Sei, no entanto, que juros destes são obscenos e deviam envergonhar quem deixou a Europa chegar a este patamar.

Mas, perguntem-me, que patamar é esse?

É o de uma união política, com a mesma moeda e com os países mais fracos a serem forçados a financiarem-se alimentando especuladores usurários. A isto, noutros tempos, respondia-se com a forca, porque os antigos sabiam que nada pior do que pagar mais do que vale o dinheiro que se pede...

No entanto, no meio deste jogo do empurra, aparece a Senhora Chanceler alemã a dizer uma coisa "bonita": quem acompanhar a política de forma séria não pode esperar que a Europa resolva o problema depressa...

Não tenho mais palavras.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A desvalorização da moeda

O Prof. Cavaco Silva, Presidente, decidiu, está decidido: a Europa que desvalorize a moeda!

O Prof. Cavaco Silva é um dos rostos do falhanço europeu (português?), considerando que anda na crista da onda desde os 40 anos e já leva setenta e tal...

O Prof. Cavaco Silva fez cair um governo do seu partido em prol da sua candidatura presidencial, com o célebre jogo da má moeda a expulsar a boa moeda...

De moeda percebe o Prof. Cavaco!

sábado, 16 de julho de 2011

Identidade

O Benfica não pode adiar-se: caso a direcção considere Luisão espúrio, que caia.
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Moody's

Comentar, analisar e criticar o papel de uma agência de rating é tarefa fácil.

Difícil, muito difícil mesmo, deve ser o papel da agência: avaliar países de forma a não enganar quem nela confia.

Neste patamar, se me pedissem para analisar o futuro da Europa, o futuro da União, diria que, assim como estamos, o destino é fatal.

A falta de capacidade da União de resolver este problema da dívida - que é, de facto, um sério problema - e de encontrar mecanismos de solidariedade que imponham a coesão europeia, levará, por certo, ao fim do Euro como moeda única e ao desmembramento da União Monetária. Será, na realidade, o fim de um caminho que levava mais de 50 anos...

Quais os países que mais sofrerão com isto? Têm alguma dúvida?
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terça-feira, 12 de julho de 2011

Impressão curiosa... Ou o paradoxo na preparação da época do Glorioso!

O Benfica contratou jogadores estrangeiros para emprestar, mas o defesa esquerdo titular da selecção de sub - 20 que disputará o mundial da Colômbia foi dispensado...

Um paradoxo? Talvez...
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Proibição da usura / proibição do juro

Convém, nestes dias de tempestade, ler, de novo, Max Weber e a "ética protestante". Convém. Hoje mais que nunca...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fraqueza

Os líderes fracos da Europa enfraqueceram, como não podia deixar de ser, a União... quem pensar que acordos como o assinado com a troika resolve alguma coisa, está muito enganado.

A solução passará, sempre e irremediavelmente, por novas políticas de integração, baseadas em mecanismos de solidariedade. Os povos europeus pensam o contrário? Paciência!

A solidariedade europeia não é uma consequência ideológica, é, isso sim, um sinal de inteligência política, considerando a defesa da União como pacífica.

Quem não compreender isto compreende pouca coisa.
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Estado de Graça

Este blog não está em extinção, como muitos amigos supõem. Bem pelo contrário, esta pausa deve-se a três factores: o estado de graça do novo governo, por mais - e quero! - que lhe queira bater, deve ser respeitado, o outro projecto que tinha na blogosfera (escrever sobre o Glorioso) ruiu e, por isso, analiso a possibilidade de aqui escrever sobre futebol e, não menos importante, os afazeres profissionais têm limitado a minha intervenção cívica.

Sucede que numa época em que o Partido Socialista apresenta duas nulidades como candidatos a líder, o Benfica reforça a equipa menos a defesa - o sector que vence campeonatos -, numa preparação estranha da época, e Portugal vive a possibilidade de entrar em ruptura, ficar calado não é opção.

Por isso e muito mais, aqui passo para vos cumprimentar, salientando, para os que sabem por onde andava, que de ora em diante, aqui, na Triste Sina, misturarei futebol, política e gastronomia, assinando, sempre, com o meu nome.

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Memória Histórica

 Fui convidado, há uns anos, para conferenciar sobre a memória histórica, comparando as ditaduras portuguesa e espanhola. A iniciativa era da Juventude Socialista da Andalucia, secção de Ayamonte, e a organizadora era Marta Navarro Gáscon, uma amiga que por aqui anda.
Sempre que vou a Ayamonte, ter com os muitos amigos que começo a ter nessa vila fronteiriça, perco-me numa discussão sem fim sobre a necessidade de termos memória e de construirmos o nosso futuro com base em experiências passadas.
Tenho dito, muitas vezes, que o problema da construção de Espanha assenta na impossibilidade de esquecerem a Guerra Civil e as suas mortes - milhares, dezenas de milhares...-. A memória histórica, como nuestros hermanos lhe chamam, não é mais do que o reviver e recordar a experiência franquista, para que nunca mais se esqueçam do que foi esse inverno infernal. Essa memória, que construiu alguns fantasmas, impede que haja, por exemplo, diálogo entre esquerda e direita e centralistas e nacionalistas.
Em Portugal esta discussão nunca surgiu.
Em breve chegará a nossa hora.



NB - lembrei-me deste texto a propósito da apresentação dos livros infantis sobre  as mulheres que se destacaram na I República, de Rosabela Afonso,  com ilustrações de Sara Afonso e Carmo Pólvora. A memória histórica é, afinal, património histórico.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A triste realidade

Não tenho a mais pequena dúvida que o grande ciclo político da direita começou no passado domingo.

O que é um grande ciclo político?

É um conjunto de eleições que tem por fim a realização de um projecto ideológico, em estabilidade política. Foi o que sucedeu com a eleição de Sampaio, que permitiu dar início a um ciclo político que terminou com a eleição de Cavaco. Daí para cá, quer queiram assumir, quer não queiram, o que se passou é evidente: uma tentativa da direita assumir o poder em maioria absoluta, que esbarrou, sempre, no receio do Presidente Cavaco em não ser eleito para um segundo mandato. Uma vez eleito, Cavaco anunciou logo ao que vinha: um novo governo.


Daqui para a frente caberá ao Partido Socialista perceber como funcionam os grandes ciclos e projectar a sua ambição: deve começar por ganhar autarquias, voltando ao terreno - foi por onde Guterres começou! -, preparar as legislativas de 2015 e, sobretudo, lançar uma candidatura forte a Belém.

Sem estratégia, táctica e personagens adequados, o ciclo político que vivemos será longo e destruirá, por inteiro, o estado social em que ainda vivemos.

O Partido Socialista não pode adiar o presente, mas tem de perceber como se molda o futuro.


O maior erro de Sócrates, vá-se lá perceber porquê, foi confiar que Cavaco era o parceiro em Belém, que lhe permitira governar com tranquilidade em S. Bento. Nada de mais errado: não houve Presidente que não gostasse de ver a sua gente a governar. Cavaco, é certo, preferia Rio e acredito que ainda tenha a secreta esperança de o ver governar. Mas por ora, é certo, isto chega-lhe...


segunda-feira, 6 de junho de 2011

A vitória da direita, a meia vitória do PCP, a derrota do PS e do Bloco e a incrível, incrível, incrível derrota do PCTP/MRPP

Um partido ter 1,13% dos votos e não eleger deputado e outro eleger 8 com 5,1%, não é uma aberração de um sistema que se quer perfeito?

Eu peço desculpa a todos os vencedores da noite de ontem, mas Garcia Pereira ficou à porta do Parlamento com 62491 votos e o PPD/PSD precisou de 20.432 para eleger cada deputado (o PS 21340, o CDS 27174, a CDU 27553 e o Bloco 36.009)!

Bem sei que o método de Hondt é assim. Mas não nos podemos resignar ao é assim. Ontem, o PCTP e o PAN deviam ter eleito deputado (deputados) por um círculo nacional, que respeitasse a proporcionalidade.

A derrota do PS é tão ou mais poética quanto a composição da vitória do PPD/PSD. Concelhos como Palmela, Évora, Montijo, Setúbal, Lisboa e Chamusca, distritos inteiros como o da Guarda, Viana do Castelo, Bragança, Viseu, Aveiro e Faro, ganhos por Coelho, representam uma hecatombe eleitoral para o PS.

Por isso mesmo, posso garantir-vos uma coisa: o PPD/PSD só não teve maioria absoluta porque o PCP se aguentou como um leão!

Na hora do adeus a Sócrates, não faremos, já, um balanço. Mas assumimos: o Partido Socialista está em crise!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Evidências

Parece evidente que a partir de segunda-feira entraremos num novo ciclo político que terá duas consequências: a direita partilhará o poder central e o Partido Socialista começará a preparar as eleições autárquicas.

Em 2015 teremos eleições legislativas (a crer, como creio, que o ciclo político preencherá a legislatura) e em 2016 as Presidenciais, com muitos, muitos candidatos a perfilarem-se.

Anseio por segunda-feira...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A cultura de um povo transforma-nos em marcianos

Em Barcelona confirmei aquilo que, infleizmente, sei há muitos anos: lá, em Espanha e em especial na Catalunha, qualquer puto de 18 anos mostra interesse pela política, fala, discute, responde e participa.

Cá, como muitos sabemos, quem se interessa, quem debate, quem discute, sem ter interesse partidário ou de carreirismo, é marciano.

Sei bem disso e atribuo, até, essa deficiência cultural nacional ao salazarismo, fenómeno bafiento, cinzento, tacanho e pequeno, que oprimiu o pensamento de todo o país.

Urge, por isso, voltar à ideologia, ao debate de escola, à filosofia como comando da vida, à discussão geracional...

O tempo não pára...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A queda do PSOE

Analisei ao detalhe os resultados eleitorais do PSOE e posso garantir-vos uma coisa: o PSOE caiu com estrondo.

Tanto assim é que, pode afirmar-se, deixou de ser um partido com poder autárquico. Seria possível imaginar isto há 20 anos? Não, nunca!

É evidente que há razões fortes para que isto tenha sucedido. Mas há uma razão evidente que não tem sido discutida: o poder do Estado central, em Espanha, definha. Há cada vez mais luta autonómica, cada vez mais aspiração independentista (a votação do BELDI no País Basco é incrível...), cada vez menos Espanha...

Neste sentido e tendo recaído sobre o PSOE a responsabilidade de reconstruir a Espanha do pós-franquismo, é perfeitamente normal que seja o PSOE a sofrer as consequências da derrocada. O que se anuncia, afinal, é o fim da Espanha e o surgimento de vários novos países na Península em que todos habitamos.

Em 20 anos, meus caros, teremos uma Iberia nova.

Nos próxios quatro dias estarei em Barcelona e espero trazer ideias novas...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sondagens

Estas eleições ficarão para a história como as primeiras eleições da era das verdadeiras sondagens...

terça-feira, 17 de maio de 2011

E a revolução, pá?

No meio da maior crise de sempre do sistema capitalista, gerada, de início, por uma gestão especulativa do crescimento do capital, a esquerda revolucionária marxista perdeu influência na Europa.

Será que o único a estranhar?

Por exemplo, em Portugal, que tem dois partidos, com assento parlamentar, revolucionários, que pretendem, no fim, alcançar, como modelo social, o comunismo, essa esquerda não ampliou a sua influência social.

Será que sou o único a estranhar?

Não, não sou. Por isso mesmo, é preciso uma nova esquerda, descomplexada, que pense os problemas actuais sem debater os dogmas do passado. É preciso uma esquerda que olhe para o futuro, que compreenda a ambição dos jovens e que encontre solução para as questões laborais, mas sem estar presa aos tiques revolucionários de experiências falhadas.

Essa esquerda já aí anda. Está nas universidades, nas empresas, nas escolas e nas ruas.  É uma esquerda que perdeu a vergonha de se assumir como tal e que conhece a impossibilidade do Marxismo soviético.

Em breve, perto de sua casa...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O fim de uma geração?

O fim da geração que sonhou com a Europa unida, solidária e fraterna está à vista.

A União Europeia não passa, hoje, de um conjunto de governos egoístas e que procuram nos outros estados mercado de consumo dos seus produtos.

Para pior, os mecanismos de solidariedade entre Estados membros não estão activos, como se vê pelo financiamento à Grécia, Irlanda e Portugal.

Será mesmo o fim, ou a reconfiguração de uam Europa a várias velocidades?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lido e relido o acordo com o FMI

Posso garantir-vos uma coisa: foi enterrado o projecto de uma união política europeia, que noutros tempos passou pela ideia de Federação.

Em breve voltarei a este tema.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Boas novas

Assumir um compromisso com as instituições internacionais e resolver o problema do financiamento português é a melhor das notícias.

Muito melhor será se tal nos permitir voltar à política.

E falando de política, convém apurarmos o sentido das coisas, num momento em que a percepção da situação me leva a considerar um empate entre os dois maiores partidos e a subida do CDS/PP, o que criará uma situação de impasse na direita.

Paulo Portas decidiu, não sabemos se bem, se mal, começar a preparar-se para ser Primeiro - Ministro. Coelho não lhe respondeu e Sócrates deve ter sorrido. Mas, de facto, face à incapacidade do PPD/PSD de se distanciar nas sondagens, será que se o eleitorado antecipar uma subida de Portas não lhe dará o seu voto?

É evidente que o CDS nunca ganhará as próximas eleições - nem as seguintes. Mas perante a fixação de eleitorado à esquerda e com a linha do PS a oscilar entre o centro-esquerda e o centro, com Portas a assumir-se, descaradamente, como uma alternativa de vitória, o PPD/PSD não pode dormir descansado.

Coelho que se apresentou como o rosto do neo liberalismo já ouviu o recado: o CDS/PP, assumiu Portas, está à esquerda do PPD/PSD...

Quem diria...

sábado, 30 de abril de 2011

A crise

A palavra crise é um eco. Um eco infinito, condicionante.

Sempre foi e será e tem servido para justificar coisas injustificáveis.

É, por isso, injusto que o povo português desconheça que tem o direito de se pronunciar sobre o que lhe será imposto por uma entidade (FMI) que visa obter o lucro e condicionar as políticas.

Muito mais quando, por certo, o acordo com o FMI, tal como o antevejo, tem de passar por um processo de revisao constitucional...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Vamos falar um pouco de democracia

No mundo do disparate, o maior deles todos pode passar despercebido.

A propósito das eleições que aí vêm, diz-se que um governo de "coligação alargada" é o melhor para o país, propondo-se, desde logo, os três partidos "de governação" (o que quer dizer este conceito?) para a comporem.

Como disse, a política, de quando em quando, parece o reino do disparate...

A consequência imediata do que se defende, é parecer que estas eleições se definirão perante dois blocos: o do CDS, PPD e PS e o da CDU e BE.

Ora uma compreensão alargada do pedido formulado pelos "senadores", levaria a que pessoas como eu tivessem de votar no bloco mais à esquerda... o que, como sabem, não acontecerá, crente que sou na correcção da esparrela - aliás, em bom tom e registo, Passos Coelho apressou-se a criticar esta intenção de criação da União Nacional...


No meio desta paródia, eis que surge uma entrevista iluminada, que pretende trazer a política de volta à política: Jorge Sampaio, ontem, tentou discutir, pasmem-se, o neo-liberalismo e o seu falhanço!

Pode voltar, Sr. Presidente?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A realidade e a ficção: o ensaio da política

Noutra sede escreverei, se um dia tiver tempo, sobre a necessidade da política ficcionar a realidade. Não é aqui que o farei.

Mas é curioso - e eu dou-me, há muito tempo, a esse trabalho - ver como em período de campanha a linguagem dos políticos se transfigura, apelando ao voto através da ficção.

Nestas eleições, aliás, nenhum dos dois partidos que as pode vencer vai falar sobre a realidade: o partido de Coelho porque a sua agenda liberal está em contradição com aquilo que o eleitor anseia e o partido de Sócrates porque sabe que o seu eleitorado não admite metade das políticas que o FMI nos trará.

Aliás, a negociação final do pacote de austeridade que nos será imposto só será efectivada depois - bem depois? - das eleições, por conveniência dos grandes partidos.

Por isso e muito mais, seria útil que o grande impulsionador das eleições, o Presidente Cavaco, se pronunciasse sobre este tema e impusesse que a verdade fosse dita aos portugueses!


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Equações de natureza diversa

Na mais velha democracia do mundo, os partidos políticos são respeitados e tidos como instituições de referência na soberania do Estado e no equilíbrio da democracia.

Se em portugal isto não sucede, a responsabilidade é da sociedade civil, que se absteve de participar na discussão da res publica através dos mescanismos próprios.

Lamento, profundamente, sublinho, que assim seja, considerando que estou encurralado perante uma equação que não consigo resolver: tenho 32 anos, trabalho há 10 anos, não me queixo da vida, nem quando para isso tenho motivos, investi na minha formação cientifíca e beneficiei por isso, e quero participara na vida política. Sucede, porém, que mal se vê alguém a defender uma ideia, logo surjem as acusações de carreirismo partidário.

Quid Juris?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os moralizadores do regime

Estas eleições poderão ajudar a separar as águas entre aqueles que acreditam no investimento público e todos aqueles que encaram o investimento como despesa supérfula.

Entendo, por isso, que é urgente chegar a acordo com os Fundos que para aí andam para podermos voltar à política a sério. Nessa política, onde não podem ser gerados consensos que coloquem a causa a democracia representativa, volto a salientar, a participação de todos é um dever.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Eleições, política, FMI e coligação alargada

O pedido de uma coligação alargada, que coloque no mesmo governo o PPD/PSD, o CDS e o PS, em tempo de crise e sob o manto do FMI, que permitirá um retrocesso social jamais visto nos últimos 37 anos, é o mesmo que pedirmos, ao jeito de Ferreira Leite, a "suspensão da democracia".

Ora o erro será tanto maior que se o PS, caso não seja o vencedor, aceitar ir para o governo, colocará em causa os alicerces do sistema representativo português, dando ao Bloco e ao PCP todo o tempo de antena que sempre desejaram ter e o monopólio da reivindicação social.

O Partido Socialista deve partir para estas eleições com a mesma ambição de sempre: ganhar. Caso isso não suceda, que vá para a oposição e cumpra o seu papel com a dignidade a que nos habituou.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nos partidos políticos faz-se política

Nobre decidiu avançar para S. Bento, aceitando o convite endereçado por Passos Coelho.

Passos Coelho terá votado Nobre?

Sei que a resposta a esta pergunta é desnecessária, considerando que o que interessa, de ora em diante, é o regresso da política à política... da política partidária, dos partidos e eleições.

Mas há uma questão que me seduz e que abordarei em breve: a política é ambiciosa e Nobre deixou-se ir ao sabor do amor...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Chantagem

Os partidos políticos - todos, sem excepção! - e os comentadores estão a lançar mão de uma artimanha eleitoral que mais não é do que chantagem: ao não admitirem que o PS escolha quem bem entender para o liderar, revelam uma insensatez anti-democrática!

A liberdade de associação partidária não admite isto!
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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Fatal como o destino

Todos aqueles que não quiseram discutir a adesão de Portugal à Comunidade Económica Eurpeia, Comunidade Europeia e, depois, União Europeia, com a consequente entrada no "pelotão da frente" do Euro e a política económica comum, são responsáveis pela explicação que se deve ao povo português: não podemos actuar sem decisão europeia!

Ora se isto não representa, sem mais, perda da soberania, o que é que representa?

É evidente que não é hora para discutir isso, mas se a construção europeia tivesse avançado em questões sociais ao mesmo passo que avançou em questões económicas, a resposta teria de ser diferente. Muito mais seria se o federalismo fosse uma realidade...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Despesa e receita

Estas eleições legislativas deviam, a bem do que está em discussão nas instâncias europeias, disputar-se sobre o lema de restrição da despesa e aumento da receita, é certo.

Mas os dois grandes partidos deviam, na verdade, dizer o que pensam sobre isso e explicar o que a União Europeia irá impor ao novo governo. Só assim, sublinho, poderiam os portugueses optar, seriamente, pelo caminho que consideram mais certo.

Sucede que se esse fosse o centro do debate, quer o PS, quer o PPD/PSD, quer o CDS apresentariam o mesmo programa governativo e a grande discussão assentaria na experiência governativa. E aí, meus caros, Sócrates ganharia  a Coelho, que perderia para Portas...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Violência

Ontem assisti ao vivo a uma das cenas (aquilo foi, de facto, uma cena) mais violentas que vi na minha vida. Tiros, pedras e garrafas a voarem, bastões no ar, crianças, mulheres, velhos e novos gritarem e a sangrarem...

Se os dados da violência estavam lançados, se a polícia já estava preparada, se as hostes se agitavam e se o aparto policial intimidava qualquer um, o que correu mal?

Está na hora do Sr. Ministro da Administração Interna fazer essa pergunta. E talvez tenha uma surpresa...

Entretanto tenho amigos que ficaram feridos e nada fizeram. Quem lhes bateu estava armado.

domingo, 3 de abril de 2011

Duas respostas simples a várias perguntas complexas

O meu bom amigo Luís Guerreiro deu ontem uma receita simples para a governabilidade do nosso país, aproximando-o dos países mais desenvolvidos:
- diminuição dos poderes presidenciais e moção de censura construtiva.

Estas duas respostas não são bem soluções, mas são um bom começo de discussão. Sucede, porém, que os dois principais partidos do sistema encontram a resposta para os seus anseios em Belém - à vez, é certo... Veja-se o caso do PPD/PSD que não hesitou em cair no delírio do Presidente e em deixar Cavaco ser Presidente e tentar ser Primeiro-Ministro através de Belém, inaugurando uma nova visão maximalista dos poderes presidenciais.

Para mim é evidente que o PS e o PPD/PSD estão condenados a entenderem-se para uma revisão constitucional que reveja a distribuição de poderes, balizando, definitivamente, os poderes do Presidente. Mas esse entendimento, enquanto Cavaco estiver em Belém, é impossível.

Por isso e muito mais, o meu bom amigo Luís Guerreiro pode ir densificando o seu pensamento que vai ter muito, muito, muito tempo para pensar nisso...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quadratura do Círculo

Ontem confirmou-se o que quase todos suspeitávamos: perante o silêncio cúmplice Pedro Silva Pereira, Lobo Xavier afirmou que Sócrates se encontrava a negociar, há uma série de meses, junto das potências europeias, um quadro de apoio financeiro a Portugal que não passasse pelas imposições do Fundo Monetário Internacional.
Poucos sabem, mas se o Fundo aí vier, meus caros, as reformas do PEC (de qualquer um dos PEC´s), ao contrário do que se ouve por aí, parecerão brincadeira de crianças. Por isso mesmo se compreende que o Governo tenha negociado apoio que passasse fora das restrições do Fundo e do Quadro europeu de Apoio.

Quando vos disserem que o FMI já cá está, que não importa vir que vai dar tudo ao mesmo, que pior não pode ficar, esqueçam: com o FMI por cá, esto vai piar fininho!

Em que posição ficará o PPD/PSD e o Presidente Cavaco se a Chanceler alemã anunciar, em breve, que esse quadro de apoio extraordinário estava prestes a ser aprovado?

Fundo Monetário Internacional

Agora que se aproxima a data da chamada do Fundo, com as consequências que ninguém sabe, é hora de ir ao baú buscar o Zé Mário Branco...
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quinta-feira, 31 de março de 2011

Centro de Poder

O grande centro de poder dos partidos políticos são as bases. Os ditos barões, que são as elites, podem, quanto muito, influenciar as bases. Mas no fim, mesmo lá no fim, que é quando tudo se desenrola, são estas que mandam.

Ora se a ausência de comida dá fome e ausência de água sede, a ausência de poder, num partido político, dá fome e sede ao mesmo tempo. Sendo as bases que têm a raíz do poder interno, serão estas que dividirão o poder externo...

Este enunciado terá a devida consagração em breve.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Marco António e o bordel de Badajoz

Dizem, saiu na imprensa, que Marco António Costa, o novo barão do PPD/PSD, terá telefonado a Pedro Passos Coelho e, encostando-o à parede, disse-lhe: "agora, com este PEC, ou vamos a votos no país, ou vamos a votos no partido."

Não sei se será verdade. Mas sei que os factos trazem alguma veracidade a este boato.

Cavaco inaugurou o ciclo político no dia em que foi eleito, mantendo o timbre, embora com institucionalidade (existirá esta palavra?), no dia da tomada de posse; o Bloco de Esquerda seguiu a pauta e encostou o governo à direita, tentando sair da alhada que foi a eleição Presidencial; o PPD/PSD e o CDS/PP mostraram ao que vinham, acantonando-se na posição desconfortável de defender uma coisa em Elvas e o seu contrário em Badajoz - o que até nem é novidade, cosiderando que do outro lado se institucionalizaram os bordéis para a freguesia lusitana fazer às de lá o que não faz às de cá.

Mas o que me chocou mais, muito mais, foi ver a Senhora Doutora Ferreira Leite, eterna aspirante a Dama de Ferro lusa, defender o chumbo do PEC, em plena Assembleia da República, alinhada com o tal Marco António Costa - que tem nome de imperador, primeiro, e de boa gente no fim.

Isto não é muito perceptível?

É, mas não é. Melhor, é aqui, mas não é lá fora, sítio onde, por estranho que vos pareça, mora quem vai decidir o nosso futuro...

E aqui vamos nós, remando sem rumo...

Nova ordem mundial!

Ver o Presidente Lula a defender uma nova ordem mundial, com os aplausos do Presidente Cavaco, incomodou-me !

Então não é que essa nova ordem mundial sairia em defesa das classes desfavorecidas e de uma maior igualdade de oportunidades - e o Presidente Cavaco continuou a bater palmas -?


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terça-feira, 29 de março de 2011

"Em estado de choque"

O director do jornal "A Bola", que durante o negro período do Estado Novo foi uma referência da oposição, sendo, muitas vezes, chamado de "jornal vermelhusco da Travessa da Queimada", decidiu escrveer, hoje, a seguinte pérola, sobre os votos diferenciados nas associações de direito privado (clubes de futebol, neste caso):

"Não resisto a extrapolar  essa mesma regra para as eleições legislativas e presidenciais do país e a pensar como isso ajudaria a resolver o problema da exist~encia digna dos pensionistas e reformados de Portugal. Se cada cidadão com oitenta ou mais anos tivesse vinte votos, quinze a partir dos sessenta e apenas um voto  até aos trinta, por exemplo, certamente que se acabria a triste penúria da maioria das reformas e das pensões dos velhos portugueses."

Isto é tão mau, tão mau, tão mau, que não faço mais nenhum comentário, a não ser: "eles andam à solta!"

Cuidado com as imitações!


segunda-feira, 28 de março de 2011

Não se deixaram entender ou não foram entendidos?

Leio a entrevista de Medeiros Ferreira, na Pública do último domingo, e a dúvida adensa-se: esta geração de homens que se pensavam (e alguns eram) geniais foi compreendida pelo país?

A Europa perante o fim de (mais) um ciclo poítico

Este fim de semana foi um bom exemplo académico do que é o fim de um ciclo:

. em França, Le Pen (filha) ganhou posições à UMP e o Partido Socialista manteve-se como a primeira força política, o que é um indicador para as Presidenciais do próximo ano;

. em Inglaterra, Cameron assistiu a centenas de milhares de ingleses a manifestarem-se nas ruas de Londres, exigindo respostas imediatas para a grave crise social britânica (pude observar, in loco, na semana passada como responsabilizam, vejam bem, os baby boomers...);

. na Alemanha, Merkl perdeu as eleições no estado de Baden - Württemberg, um bastião da direita há sessenta (sessenta, leram bem...) anos, tudo apontando para uma vitória da esquerda nas eleições gerais;

Perante este cenário, que anuncia alterações profundas no eixo Berlim - Paris, a pergunta que se deve fazer é muito simples: se os povos europeus ambicionam uma alteração de políticas sociais, porque é que os políticos que os representam pretendem manter a rigidez financeira?

A resposta não será simples, mas parece que se pode traduzir como uma necessidade de controlar os custos dos Estados europeus em dois vectores essenciais no modelo social europeu: prestações sociais e cuidados (de saúde e de educação) do Estado.

Será mesmo necessária essa alteração de paradigma? As nossas eleições podiam servir para discutir esta problemática...

sábado, 26 de março de 2011

O verdadeiro cozido à portuguesa!

Hoje comi o verdadeiro cozido à portuguesa: tudo foi cozido e servido em separado; as carnes e as couves foram criteriosamente seleccionados e estavam no ponto certo de cozedura; o nabo, as cenouras, a batata e as cebolas pareciam vindas do campo que se via ali ao lado; os enchidos chegaram da Serra da Estrela e sabiam ao verdadeiro fumeiro; o arroz e o feijão cumpriram com o requisito supremo, não escondendo o sabor das ervas aromáticas que temperavam, em separado, cada um das carnes. Em suma, comi o melhor cozido que me lembro - e tenho por hábito comer um bom cozido por semana, na época.

Servido em nove tachos, se bem recordo, teve uma particularidade que não é de somenos importância: foi comido por verdadeiros especialistas e confeccionado por uma devota cozinheira.

Depois disto, a reforma...

Passa a ser oficial!

Temos dois candidatos a chefe do governo: José Sócrates e Passos Coelho. Nos próximos dois meses muita coisa será dita e escrita. Mas há uma que ficará para a história: Sócrates é o primeiro PM que se recandidata, depois do patético período santanista, em situaçöes adversas.

Quer Cavaco, quer Guterres, quer Durão optaram por lançar outros às feras.

E isto pode ser um exemplo de ética de responsabilidade no futuro.
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sexta-feira, 25 de março de 2011

O dilema da comunicação

Paulo Futre, através de um discurso delirante e cómico, a roçar o anedótico, colocou Portugal inteiro a ver uma conferência de imprensa que passaria, inevitavelmente e dado o circo mediático das candidaturas de Bruno de Carvalho e Godinho Lopes, despercebida.

Ao invés, hoje toda a gente discute "o chinês", o "grande homem", o "sócio", o "General", o "Luís", o "Pinto da Costa", o "Jorge, ...

Toda a gente discute, em suma, o discurso de Futre, o delirante Futre.

O pesadelo da comunicação, hoje em dia, é passar despercebido em campanha eleitoral - não é por acaso que a utilização do absurdo rende votos a Coelho ou a Louçã. Futre, ontem, conseguiu o que Dias Ferreira não conseguira: captou atenção.

Penso que não foi propositado. Bem pelo contrário, Futre pareceu tomado por um demónio, por um demónio de louco. Sucede que a repercutir-se nos resultados, passando a imagem de esforço e capacidade de contratação de vedetas para o Sporting, Dias Ferreira pode ter beneficiado de uma conferência de imprensa digna de um episódio de comédia britânica.

Ao cabo e ao resto, a campanha de Dias Ferreira ia tão em baixo que já não o apontavam como favorito. Amanhã veremos o resultado desta estrondosa manifestação de humor.

Uma pergunta extremamente perigosa

Se o nosso Primeiro-Ministro fosse, perante a observação alemã, que costuma, saliento, estar bem atenta, o responsável pela situação financeira do país, a Chanceler Merkl tinha vindo a terreiro defender José Sócrates?

É que, segundo sei, se nos próximos 10 anos o nosso governo não tiver apoio externo, não se aguenta 6 meses, tenha maioria absoluta ou relativa. Esse será o dilema de Passos Coelho.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Baralho Viciado

Em Abril de 1991, pouco tempo antes de o Sport Lisboa e Benfica derrotar o Porto nas Antas, com os dois golos do César Beito, comprei em Londres, numa loja dedicada à magia, um baralho de cartas engraçado: metade das cartas eram valetes...

Era mais ou menos disso que Portugal precisava agora: poucos duques, poucos azes, mas muitos valetes, carta média alta, mas que ganha muitas, muitas, muitas vezes.

Parece-me, no entanto, que não teremos essa sorte e que os duques dominarão as mãos que temos em jogo.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Afundanço

Aqueles que alegremente dizem que o Fundo já cá está, aperceber-se-ão, em breve, o que faz o verdadeiro Fundo...

Sucede que se têm vergonha - e alguns têm -, corarão!

Sofismas

(a) 230 deputados decidirão se o PEC (belo nome para um programa de estabilidade e crescimento) deve ser aprovado; (b) O Governo promete demitir-se se o não for; (c) Mais de metade dos deputados prometeram rejeitá-lo; (d) O Governo demitir-se-á e dentro de dois, três meses teremos eleições.

Entretanto o juro que pagamos por empréstimos já vai em 8 vírgula qualquer coisa... 8 vírgula qualquer coisa...

Cavaco Silva foi eleito há dois meses e o governo, claro está, já caiu, ainda que não caísse. Virá aí o primeiro governo de direita suportado por um Presidente eleito pela direita.

Só não se cumpriu um ciclo se alguma coisa mudar. E eu não acredito em grandes mudanças...

terça-feira, 15 de março de 2011

Finalmente!

Depois de algum trabalho do meu amigo Daniel, estou, passados muitos anos, de volta!

Aqui, de ora em diante, escreverei sobre tudo aquilo que entender, sobre tudo aquilo que me apetecer. Depois de alguns dias de férias  - volto domingo  -, começarei como se de um diário fosse - mas de opinião, claro está. 

Quem gosta de escrever, sofre na renúncia, na abstinência, como se de um vício (será?) se tratasse. Neste blog matarei esse vício. Umas vezes com mais força, outras muito devagar, umas com alguma qualidade, outras com evidentes deficiências... 

Em tempos complicados, como o nosso, a intervenção é, também, essencial. Sinto-a, aliás, como um imperativo ético, como um dever de cidadania. Por aqui intervirei à minha maneira, exclamando sempre que for necessário. 

Bem vindos!

terça-feira, 1 de março de 2011

Muitos anos depois,

Volto a este mundo, o mundo dos blogs, com o nome do meu primeiro blog: Triste Sina.

Muitos dos meus amigos recordar-se-ão, outros nem por isso. Por isso cá vai: aqui conto falar de tudo, de tudo um pouco. Por isso também falarei de nada, de nada um pouco.

Até já.