segunda-feira, 30 de maio de 2011

A cultura de um povo transforma-nos em marcianos

Em Barcelona confirmei aquilo que, infleizmente, sei há muitos anos: lá, em Espanha e em especial na Catalunha, qualquer puto de 18 anos mostra interesse pela política, fala, discute, responde e participa.

Cá, como muitos sabemos, quem se interessa, quem debate, quem discute, sem ter interesse partidário ou de carreirismo, é marciano.

Sei bem disso e atribuo, até, essa deficiência cultural nacional ao salazarismo, fenómeno bafiento, cinzento, tacanho e pequeno, que oprimiu o pensamento de todo o país.

Urge, por isso, voltar à ideologia, ao debate de escola, à filosofia como comando da vida, à discussão geracional...

O tempo não pára...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A queda do PSOE

Analisei ao detalhe os resultados eleitorais do PSOE e posso garantir-vos uma coisa: o PSOE caiu com estrondo.

Tanto assim é que, pode afirmar-se, deixou de ser um partido com poder autárquico. Seria possível imaginar isto há 20 anos? Não, nunca!

É evidente que há razões fortes para que isto tenha sucedido. Mas há uma razão evidente que não tem sido discutida: o poder do Estado central, em Espanha, definha. Há cada vez mais luta autonómica, cada vez mais aspiração independentista (a votação do BELDI no País Basco é incrível...), cada vez menos Espanha...

Neste sentido e tendo recaído sobre o PSOE a responsabilidade de reconstruir a Espanha do pós-franquismo, é perfeitamente normal que seja o PSOE a sofrer as consequências da derrocada. O que se anuncia, afinal, é o fim da Espanha e o surgimento de vários novos países na Península em que todos habitamos.

Em 20 anos, meus caros, teremos uma Iberia nova.

Nos próxios quatro dias estarei em Barcelona e espero trazer ideias novas...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sondagens

Estas eleições ficarão para a história como as primeiras eleições da era das verdadeiras sondagens...

terça-feira, 17 de maio de 2011

E a revolução, pá?

No meio da maior crise de sempre do sistema capitalista, gerada, de início, por uma gestão especulativa do crescimento do capital, a esquerda revolucionária marxista perdeu influência na Europa.

Será que o único a estranhar?

Por exemplo, em Portugal, que tem dois partidos, com assento parlamentar, revolucionários, que pretendem, no fim, alcançar, como modelo social, o comunismo, essa esquerda não ampliou a sua influência social.

Será que sou o único a estranhar?

Não, não sou. Por isso mesmo, é preciso uma nova esquerda, descomplexada, que pense os problemas actuais sem debater os dogmas do passado. É preciso uma esquerda que olhe para o futuro, que compreenda a ambição dos jovens e que encontre solução para as questões laborais, mas sem estar presa aos tiques revolucionários de experiências falhadas.

Essa esquerda já aí anda. Está nas universidades, nas empresas, nas escolas e nas ruas.  É uma esquerda que perdeu a vergonha de se assumir como tal e que conhece a impossibilidade do Marxismo soviético.

Em breve, perto de sua casa...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O fim de uma geração?

O fim da geração que sonhou com a Europa unida, solidária e fraterna está à vista.

A União Europeia não passa, hoje, de um conjunto de governos egoístas e que procuram nos outros estados mercado de consumo dos seus produtos.

Para pior, os mecanismos de solidariedade entre Estados membros não estão activos, como se vê pelo financiamento à Grécia, Irlanda e Portugal.

Será mesmo o fim, ou a reconfiguração de uam Europa a várias velocidades?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lido e relido o acordo com o FMI

Posso garantir-vos uma coisa: foi enterrado o projecto de uma união política europeia, que noutros tempos passou pela ideia de Federação.

Em breve voltarei a este tema.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Boas novas

Assumir um compromisso com as instituições internacionais e resolver o problema do financiamento português é a melhor das notícias.

Muito melhor será se tal nos permitir voltar à política.

E falando de política, convém apurarmos o sentido das coisas, num momento em que a percepção da situação me leva a considerar um empate entre os dois maiores partidos e a subida do CDS/PP, o que criará uma situação de impasse na direita.

Paulo Portas decidiu, não sabemos se bem, se mal, começar a preparar-se para ser Primeiro - Ministro. Coelho não lhe respondeu e Sócrates deve ter sorrido. Mas, de facto, face à incapacidade do PPD/PSD de se distanciar nas sondagens, será que se o eleitorado antecipar uma subida de Portas não lhe dará o seu voto?

É evidente que o CDS nunca ganhará as próximas eleições - nem as seguintes. Mas perante a fixação de eleitorado à esquerda e com a linha do PS a oscilar entre o centro-esquerda e o centro, com Portas a assumir-se, descaradamente, como uma alternativa de vitória, o PPD/PSD não pode dormir descansado.

Coelho que se apresentou como o rosto do neo liberalismo já ouviu o recado: o CDS/PP, assumiu Portas, está à esquerda do PPD/PSD...

Quem diria...